Para a nossa sociedade, é comum ver mulheres trabalhando apenas com mulheres e homens onde só há homens, principalmente no desporto (futebol).
No 1º de agosto, isto não passa apenas de um tabú, porque na realidade o número de senhoras exercendo funções que até ontem eram somente desempenhadas por pessoas do sexo masculino continuam a aumentar.
A exemplo disso, trazemos hoje a história de Guilhermina Maria Fernandes Alves Mudeizi, que faz parte da equipa médica do plantel sénior masculino de futebol, exercendo o cargo de enfermeira e massagista desportiva.
Guilhermina Mudeizi é licenciada em enfermagem, e especializada em recuperação desportiva, está no Clube desde 2016 e trabalha com a equipa de futebol há 1 ano. A mesma conta como tem sido a relação entre ela, os colegas de profissão e os atletas.
“Confesso que no começo foi difícil, pelo facto de ser a única mulher e até já me senti intimidada, já que a nossa sociedade ainda não encara com normalidade factos como o meu trabalho, mas com profissionalismo, ao longo do tempo eles foram se acostumando com o meu trabalho, e hoje temos uma relação profissional e de família. A nossa relação é saudável, tanto entre os colegas assim como, com os atletas. Graças a Deus eles me respeitam, são simpáticos, me tratam como uma irmã mais nova”, declarou Guilhermina Mudeizi.
Questionada pela nossa equipa de reportagem, se alguma vez passou-lhe pela cabeça integrar um plantel de futebol, a enfermeira sorrindo, disse: “Não, eu sempre gostei de Basquetebol e era o meu desejo trabalhar nesta modalidade. Durante a minha formação académica, os professores sempre davam exemplos de futebol, e eu pedia-lhes que parassem de dar exemplos de futebol, porque eu trabalharia no basquetebol, mas hoje por ironia do destino, estou aqui no futebol, tendo uma experiência agradável e desafiante”.
Quanto ao facto de ser a única mulher, a enfermeira enunciou: “Sinto-me sortuda e privilegiada, mas ao mesmo tempo sob pressão, é muita responsabilidade, sei que indiretamente as pessoas estão sempre á espera de uma falha ou deslize de minha parte, mas é o que sempre digo, a Direção confiou em mim e no meu trabalho por isso estou aqui, e sou muito grata por isso”.
No final da entrevista, Guilhermina deixou um apelo á todos aqueles que ainda têm preconceito com mulheres que trabalham com homens e no desporto: “Peço que a sociedade aprenda a ver e confiar no profissionalismo das mulheres”.